quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Literatura Inglesa - O Velho e o Mar (Ernest Hemingway)



http://www.infoescola.com/livros/o-velho-e-o-mar-2/

O LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA INGLESA NO ENSINO FUNDAMENTAL II (9º ANO) E SUAS IMPLICAÇÕES QUANTO À TRADUÇÃO DOS ENUNCIADOS

Em breve estarei postando um artigo que fala sobre a questão da tradução do livro didático de língua inglesa para alunos do ensino fundamental, a pesquisa foi feita em uma turma de 9º ano e tem como proposta levar à reflexão a possibilidade de a tradução ser inserida como um recurso para otimização do aprendizado do idioma estrangeiro. Vale salientar que a pesquisa não se refere à prática da tradução, mas se refere à tradução dos enunciados como um direito à acessibilidade linguística.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

PANORAMA HISTÓRICO DA TRADUÇÃO E A CONCEPÇÃO LUTERANA


CONGREGAÇÃO SANTA DOROTÉIA DO BRASIL
FACULDADE FRASSINETTI DO RECIFE-FAFIRE
DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO DE METODOLOGIA DA TRADUÇÃO DA LÍNGUA INGLESA

Trabalho realizado por Sandra Morais e apresentado à professora Margareth Patápio, da  disciplina: História da Tradução, do curso de pós-graduação: Especialização em Língua Inglesa: Metodologia da Tradução, como requisito parcial para aprovação do curso. 
Recife – PE. 
Junho/2011

HISTÓRIA DA TRADUÇÃO

Nos primórdios, a tradução era feita pelos povos assírios, babilônios e hititas. Eram traduzidos documentos oficiais. Mas, a primeira tradução literária foi da Odisséia, de Homero, do grego para o latim, por Lívio Andrônico, escravo grego capturado em Tarentum, que, inclusive, foi o primeiro tradutor europeu. Os modelos gregos foram seguidos por muitos autores latinos. A literatura romana foi fortemente influenciada pela desenvoltura artística desse país.

CONCEPÇÃO GRECO-ROMANA DA TRADUÇÃO:

Na escola romana o aprendizado era de gramática e retórica, parecido com a escola grega. Sendo, nos estudos gramaticais, uma análise técnica e textual do discurso; e, na retórica, por imitação.
Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.) foi um filósofo romano, divulgador do pensamento grego que introduziu conceitos na língua latina. “Sua ocupação era compor e traduzir diálogos filosóficos e fazer passar para o latim os termos da física e da dialética.” O ideal tradutório dos tradutores dos targumim era ser o mais “fiel” possível ao texto original, não importando se o texto de chegada não obedecesse a sintaxe e a pragmática da língua-alvo.
Cícero levantou o primeiro questionamento reflexivo sobre a arte e a tarefa do traduzir: “deve-se ser fiel às palavras do texto ou ao pensamento contido nele?” (Mounin apud Furlan)
O autor aponta para “duas maneiras de traduzir: a do ‘orador’ e a do ‘intérprete’”, ou seja, não traduzir palavra por palavra. Mas percebe-se uma preocupação em manter o mesmo pensamento do autor e com o contexto cultural quando diz: “Não traduzi como intérprete, mas como orador, com os mesmos pensamentos e suas formas bem como com suas figuras, com palavras adequadas ao nosso costume.” (grifo meu) (Cícero apud Furlan). No entanto, para Cícero havia uma diferença entre o traduzir e o interpretar. Enquanto “traduzir era como orador” não tinha necessidade de ser palavra por palavra, o “intérprete”, por sua vez, era “palavra por palavra”, inclusive, na mesma quantidade do original. Segundo estudiosos, Cícero se prende a uma linha de pensamento sobre tradução como imitação de oradores gregos. 

Após 30 anos da influência de Cícero, surge Horácio abordando temas a respeito da estética literária, afirmando em seu livro Líber de arte poética que a “criação poética é uma imitação e sua finalidade é a representação cênica.” (Grimal apud Furlan). Horácio defendia o tradutor como autor.
Muitas mudanças políticas ocorreram entre o século II e IV até a queda do Império Romano, tornando a tradução cada vez mais necessária. Com o crescimento do cristianismo houve uma necessidade de se traduzir os livros sagrados e os sermões de padres, exigindo, assim, uma reprodução dos originais, o mais fiel possível. A partir daí, inicia-se uma tradução que vai de encontro ao pensamento ciceriano, pois, por conta da demanda, passa a haver “um grande liberalismo nas traduções”, passando a existir uma tradução sacra e outra profana, sendo que havia uma maior preocupação em que a sacra fosse o mais literal possível do que a literária.
            Depois, a tradução passou a ser denominada de enarratio, contendo comentários dentro do texto traduzido. Isso já era praticado pelos romanos ao traduzirem as obras gregas. Enarratio e recte loquendi eram as partes da gramática, utilizadas no processo tradutório, se tornando inferior à literária por ser parcialmente criadora.
Com o passar dos anos, a enarratio foi assumindo uma característica de tradução criativa, pois passou-se a reconhecê-la como “objeto de interpretação contínua e mutável”, segundo Furlan. As glosas e comentários ajudavam nesse processo de tradução, servindo como fonte de consulta, realizando o que chamavam de retroversões, para outros idiomas vizinhos, recriando novas versões textuais pois houve também um crescimento de traduções manuscritas.
Tendo em vista o crescimento da literatura sacra e a necessidade cada vez maior desse tipo de tradução, destacou-se nesse período um grande escritor, tradutor: São Jerônimo. Jerônimo, além de tradutor, foi um contestador e crítico quanto à forma de tradução dos textos bíblicos, pois não concordava em traduzir de forma literal, na ordem em que estava o texto, mas priorizando o sentido. ‘Nas escrituras não são as palavras que devem ser consideradas, mas o sentido’. Jerônimo foi seguidor de Cícero. A diferença dele para a escritura dos romanos é que priorizava o texto fonte, sem que traduzisse de forma literal.
Boécio defende a tradução pelo sentido, porém de forma literal, pois acha que dessa forma ‘impede a corrupção da verdade’. Anastácio, e Tomás de Aquino criticam o literalismo.
            O cuidado exacerbado com a corrupção da verdade, em um texto religioso e filosófico era tão intenso que limitava a tradução em um literalismo profundo, no intuito de atingir a plena fidelidade ao texto original.
            Copeland classifica a tradução medieval em dois modelos. Enquanto um denominado primário, que é submisso ao texto original e predominam-se as “diretrizes exegéticas”; no outro há uma aproximação do modelo romano e é chamado de secundário, exercendo a característica de uma “produção textual independente”.
O secundário não necessariamente, se dissocia do primário, pois ambos são compostos pelos mesmos elementos lingüísticos; a diferença está apenas no objetivo final do texto traduzido, “na forma em que dirigem sua ênfase”. (Copeland apud Furlan. O conceito da diferença entre tradução livre e literal se aproxima da diferença entre gramática e retórica, conforme a concepção da antiguidade. Já na era medieval, ‘a tradução primária’ que está sujeita ao texto fonte, pode ser livre ou re-criativa, e a secundária, ‘explora as possibilidades de produção e invenção da exegese’. (Furlan).
Como vemos, a concepção da tradução estava sempre em estudo, em divergências, convergências e mudanças.
            Mas, até o século VI havia poucas traduções do grego para o latim. Isso propiciou um aumento de traduções para línguas vulgares, nesse período também teve início a literatura em línguas vernáculas.
Iniciam-se então no século VII as traduções às línguas vernáculas românicas, de cunho religioso, e nos séculos VIII e IX às germânicas.
Folena (1991) citado pelo Furlan, denomina de tradução vertical aquela em que o texto de partida era do latim ao vernáculo. O latim era muito valorizado e prestigiado, tanto no aspecto educacional quanto no religioso, pois era uma língua bem estruturada. Há uma hierarquização entre a língua latina e a vernácula.
Segundo Furlan, na antiguidade clássica romana prevalecia o inuentio-elocutio, em que Horácio afirma ser mais fácil recriar do que criar, não dando valor ao autor original da obra, pra ele é mais importante o que foi recriado a partir do original.
Havia um interesse dos romanos pela cultura grega de forma que a tradução por imitação era, nada mais, no intuito de deslocar essa cultura, apossando-se dela ou gerando, talvez, uma mistura ou uma difusão cultural, adaptada aos romanos.



CONCEPÇÃO RENASCENTISTA E MODERNA DA TRADUÇÃO

No renascimento, há um avanço intelectual que se reflete nas universidades, nos séculos XII e XIII. Havia nas universidades “sete artes liberais (gramática, retórica e dialética compunham o triuium; aritmética, música, geometria e astronomia, o quadruium)”, mas chegou-se a uma conclusão de que essas cadeiras não eram suficientes. Foi no século XIV que a gramática e a retórica foram retomadas no esquema humanista, tornando-se, a retórica, o maior denominador comum dos humanistas.
A maior característica renascentista está na retomada da retórica clássica, da teoria elocutiva.
Segundo os historiadores, por conta da queda do Império Romano Oriental, e a invasão de Constantinopla, muitos intelectuais se refugiaram na Itália, fazendo com que o idioma grego fosse difundido; assim, consequentemente, também as obras bizantinas, que eram originais, ficaram sendo conhecidas. Isso acarretou um surgimento de novas concepções para a tradução. Uma vez que, para se traduzir um texto do grego que era o original para o latim, ao invés do latim (alterado do grego) para outra língua), podia-se perceber a diferença do texto fonte para o de chegada.
Daí a preocupação com ‘o texto original isento de interpretações’. Longiano disse: “A tradução que representa as palavras não representa necessariamente também os pensamentos?”
Nesse período havia a necessidade do conhecimento aprofundado de ambas as línguas, além do conhecimento do conteúdo científico do texto. A reprodução artística também foi um fator preponderante para os renascentistas. Com base nessa habilidade artística era possível se desenvolver a arte literária pelo ouvido, pela sensibilidade que se refletia consequentemente, na elocução. A proposta no renascimento era de ‘produzir arte textual na língua de chegada’, porém sem trair o texto original.
Houve uma ênfase do conteúdo com a estética textual, preocupação com o leitor/ouvinte. Mas, como traduzir os diferentes tipos de gêneros textuais? Furlan nos traz citações de vários teóricos do período em questão:
Juan Luis Vives que afirma: “Aqueles que querem traduzir de uma língua a outra devem  necessariamente expressar os pensamentos, conservar a ordem das coisas, e com as mesmas formas e figuras (...) Devem, depois, expor os pensamentos com palavras daquela língua da qual se traslada.”
Etiene Dolet, não é a favor da ordem das palavras, mas valoriza a “intenção do autor”
George Chapman, que traduziu a Ilíada, é contrário ao pensamento de seguir “o número e a ordem das palavras” e é a favor da arte, ao utilizar a expressão de ‘vestir as sentenças e adorná-las com palavras’, demonstrando certa preocupação com a linha de chegada.
Martinho Lutero se apegou ao sentido. ‘Mas não abandonou a letra’. A tradução em Lutero foi concebida com base na sua teologia. Era influenciada pelo seu pensamento religioso. Lutero foi o símbolo da Reforma Protestante que tinha como princípios: a Bíblia como única regra; só a fé salva; e, a acessibilidade à leitura da Bíblia para qualquer pessoa. Lutero é a favor da retórica, mas com o intuito de que o leitor/ouvinte compreendesse o discurso. Ele não ignorava a necessidade do conhecimento das línguas e literaturas; e sua tradução era trabalhada a partir dos originais. Para ele, a tradução se definia como “adaptação do que foi numa língua estrangeira a sua própria língua” (Lutero apud Furlan). Sua preocupação era com o texto na língua de chegada, traduzindo dentro do contexto para uma melhor compreensão; até chegava a utilizar estrangeirismos, desde que servisse de recurso para um melhor entendimento do texto.
            Walter Benjamim escreveu em 1923 um texto sobre “A Tarefa do Tradutor”, afirmando que tradução não é recepção, nem comunicação, nem mesmo imitação, mas sim, uma forma. Portanto, sua tarefa é transpor. Ele afirma que,

A fidelidade na tradução da palavra isolada quase nunca pode reproduzir o sentido completo que possui no original. Pois o sentido se faz conforme sua significação poética para o original. E a significação poética se realiza no como significado está ligado ao modo de significar na palavra determinada. (BENJAMIM apud FURLAN)



Segundo Steiner, Dryden foi o precursor da concepção da tradução como arte, ele traz a ideia da metáfrase, paráfrase e mímese, trazendo como exemplo as Epístolas de Ovídio. A metáfrase é traduzir no sentido literal, mas para ele, isso “é como andar de corda bamba com os pés atados”. Quanto à mímese, que é a imitação, ‘é um outro extremo oposto da paráfrase’, para ele a paráfrase é a melhor forma de se trabalhar a tradução, ele chama de “tradução liberal”, é o ponto de equilíbrio de uma escritura.

Foi um movimento que ocorreu por volta de 1950, na França sob a influência do filósofo e lingüista Ferdinand de Saussure e Roman Jackobson, descrevendo uma lingüística estruturalista. Para Saussure a palavra era um signo formado por significado e significante. Jackobson, que representou o formalismo russo, “tratou as formulações dicotômicas (langue/parole, sincronia/diacronia) de Saussure de uma forma dialética, insistindo na estreita relação entre forma e significado, em uma situação de sincronia dinâmica. (WAUGH & MONVILLE-BURSTON, 1990, p. 9 apud PETERS).
Após o estruturalismo lingüístico veio Derrida com o pensamento pós-estruturalista, com o chamado Desconstrutivismo .
O pensamento desconstrutivista surgiu na década de 60, quando os estudantes reagiram a uma cultura que há muito já havia se estagnado e se enraizado na sociedade francesa. Essa cultura arcaica privava a liberdade de expressão do povo, que procurava cumprir com seus deveres, porém, em conseqüência, seus direitos eram esquecidos pelo Estado. Nesse período, a filosofia também era inquestionável, pois se fechava em seu dualismo absoluto como verdade pré-estabalecida, que girava em torno do logocentrismo. “O logocentrismo é uma metafísica etnocêntrica, num sentido original e não relativista. Está ligado à história do Ocidente” (DERRIDA (2006:98) apud LEAL). É daí que surge o desconstrutivismo derridiano, para contestar esse dualismo, para mostrar algo que vai bem mais além da filosofia, até então, tradicional.
            Derrida faz uma analogia entre um texto e uma cidade. Ele diz que um texto desconstruído é como uma cidade desabitada, “não simplesmente abandonada, antes assombrada pelo sentido e pela cultura.” Assim fica mais fácil de identificar as inferências de um texto, pois mostra a possibilidade de adentrar-se  no texto e, como quem ler a mente do autor, tirar conclusões com diferentes significados, até porque a proposta não é uma destruição, mas sim, um desmascaramento do original para se chegar a um sentido (significado).
            O papel da tradução é primordial nesse processo de desconstrução, pois, segundo Águiar (2000), citado por Gonçalves, “o texto traduzido nada mais é do que uma tradução de uma tradução anterior e assim sucessivamente.” O que ocorre, na verdade, é um jogo lingüístico, pois o signo não é estático, e sim dinâmico, variando de acordo com o contexto sócio-histórico-cultural de determinado texto. Pois “uma língua complementa a outra.” A tradução, então, é uma forma de viabilizar esse processo, proporcionando uma interculturalidade entre línguas.
            Enquanto Saussure afirma que “um signo é aquilo que o outro signo não pode ser”, Derrida, por sua vez, se contrapõe ao afirmar que “um significado torna-se sempre um outro.” Além disso, para Saussure, a escrita é um papel irrelevante em relação à fala. Já Derrida, desconstrói esse pensamento, e des-hierarquiza esse sistema, ao colocar a fala e a escrita em um mesmo patamar.


CONCLUSÃO

            De acordo com o panorama histórico descorrido acima, bem como a citação de diferentes teóricos com suas correntes tradutológicas que, muitas vezes, se divergem, como também, às vezes, se convergem, vale apontar para o fato de que a tradução ainda é algo que se tem muito a dar, a pesquisar e a analisar. Principalmente pelo fato de que nos dias atuais, vivemos em uma realidade totalmente diferente dos demais teóricos, mas que mesmo assim, a teoria da tradução encontra-se presente. Nesse mundo contemporâneo, em que é a era da conexão, a era da informação mais rápida quanto possa ser, a era em que a mídia se coloca como formadora de opinião influenciando a sociedade, bem como também, informando à sociedade algo que aconteceu a um segundo atrás, diferentemente da Antiguidade, é importante lembrar que não podemos desconsiderar este contexto real e até virtual. Isso influencia na teoria de qualquer ciência, pois se trata de um contexto cultural, histórico e socialmente universalizado e globalizado.
            Dos teóricos citados anteriormente, uns dos que mais se destacaram em minha concepção, foram São Jerônimo com a tradução da Bíblia a partir do original, utilizando o latim popular, no intuito de proporcionar uma maior acessibilidade de leitura aos cristãos; como também Lutero foi um destaque no Renascimento com a tradução da Bíblia para o alemão, também a partir do original; e, Cícero que valoriza a tradução pelo sentido e não palavra por palavra. Segundo eles, a literalidade na escritura comprometia o significado do texto. Jerônimo tinha como teoria respeitar o texto de partida, mas tinha que ter uma interpretação, porém devia ficar preso à palavra desde que isso não influenciasse no sentido da mensagem. Vale ressaltar que as ideias de Boécio e Bacon convergem com as de Jerônimo.

O teórico que mais me identifico é Lutero, pois afirma que “ao traduzir me esforcei em escrever um alemão puro e claro. [...] Não é só o sentido que deve servir e seguir às palavras, mas sim as palavras ao sentido.” (LUTERO apud FURLAN)
Lutero nasceu na Alemanha, foi um sacerdote agostiniano e professor de teologia. Era extremamente crítico quanto aos dogmas da Igreja e por isso levantou vários questionamentos e foi até o fim em suas teses, sem renunciá-las em momento algum. Esse espírito de criticidade fez com que fomentasse nele o desejo de traduzir a Bíblia para outra língua que não fosse o latim, pois ele viu que o povo estava na ignorância, sem senso crítico por não terem acesso à leitura e sendo manipulados pelos dogmas papais. Por isso sua tradução foi tão importante, uma vez que, era de cunho teológico tinha uma grande responsabilidade na interpretação, daí sua preocupação em traduzir a partir do original, sem dar muito valor à estética, pois seu objetivo era totalmente no âmbito teológico preocupado com o receptor da mensagem (leitor/ouvinte), além de contestar os dogmas da Igreja. Lutero não ignorava o contexto histórico-social: ‘O significado das palavras deve ser obtido a partir do conjunto da Escritura assim como do contexto de seus feitos.’

           


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A obra PANORAMA HISTÓRICO DA TRADUÇÃO E A CONCEPÇÃO LUTERANA foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada




LOGOCENTRISMO X DESCONSTRUTIVISMO



O pensamento desconstrutivista surgiu na década de 60, quando os estudantes reagiram a uma cultura que há muito já havia se estagnado e se enraizado na sociedade francesa. Essa cultura arcaica privava a liberdade de expressão do povo, que procurava cumprir com seus deveres, porém, em conseqüência, seus direitos eram esquecidos pelo Estado. Nesse período, a filosofia também era inquestionável, pois se fechava em seu dualismo absoluto como verdade pré-estabalecida, que girava em torno do logocentrismo. “O logocentrismo é uma metafísica etnocêntrica, num sentido original e não relativista. Está ligado à história do Ocidente” (DERRIDA (2006:98) apud LEAL). É daí que surge o desconstrutivismo derridiano, para contestar esse dualismo, para mostrar algo que vai bem mais além da filosofia, até então, tradicional.
            Derrida faz uma analogia entre um texto e uma cidade. Ele diz que um texto desconstruído é como uma cidade desabitada, “não simplesmente abandonada, antes assombrada pelo sentido e pela cultura.” Assim fica mais fácil de identificar as inferências de um texto, pois mostra a possibilidade de adentrar-se  no texto e, como quem ler a mente do autor, tirar conclusões com diferentes significados, até porque a proposta não é uma destruição, mas sim, um desmascaramento do original para se chegar a um sentido (significado).
            O papel da tradução é primordial nesse processo de desconstrução, pois, segundo Águiar (2000), citado por Gonçalves, “o texto traduzido nada mais é do que uma tradução de uma tradução anterior e assim sucessivamente.” O que ocorre, na verdade, é um jogo lingüístico, pois o signo não é estático, e sim dinâmico, variando de acordo com o contexto sócio-histórico-cultural de determinado texto. Pois “uma língua complementa a outra.” A tradução, então, é uma forma de viabilizar esse processo, proporcionando uma interculturalidade entre línguas.
            Enquanto Saussure afirma que “um signo é aquilo que o outro signo não pode ser”, Derrida, por sua vez, se contrapõe ao afirmar que “um significado torna-se sempre um outro.” Além disso, para Saussure, a escrita é um papel irrelevante em relação à fala. Já Derrida, desconstrói esse pensamento, e des-hierarquiza esse sistema, ao colocar a fala e a escrita em um mesmo patamar.


Sabe-se como Saussure, de acordo com uma operação tradicional, realizada também por Platão, Aristóteles, Rousseau, Hegel, Husserl, etc., excluiu a escrita do campo da lingüística – da língua e da fala – como um fenômeno de representação exterior, ao mesmo tempo inútil e perigoso. (DERRIDA apud LEAL).

Pois o ato de ler e traduzir assume um caráter dinâmico. Por conta dessa conectividade e interdependência de um texto para com outro, Derrida cria um neo-grafismo no conceito de différence para a palavra différance para comprovar na sua teoria que não há na língua uma pureza fonética rigorosa, pois essas duas palavras no francês soam da mesma forma. É importante salientar que nesse conceito Derrida tinha o objetivo de quebrar o paradigma de que o estruturalismo era um fim em si mesmo, e por isso, inquestionável. 
            Segundo Derrida, desconstrução “não é um método, nem uma técnica e nem tampouco uma análise, nem um modelo de crítica que possa ser sistematizado e regularmente aplicado a teorias, textos ou conceitos.”

Por: Sandra Morais
Graduada em Licenciatura Plena em Letras
Pós-graduanda em Especialização em Língua Inglesa:
Metodologia da Tradução.


Licença Creative Commons
A obra Logocentrismo X Desconstrutivismo foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO AMBIENTE ESCOLAR


FACULDADE FRASSINETTI DO RECIFE-FAFIRE
DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO DE METODOLOGIA DA TRADUÇÃO DA LÍNGUA INGLESA

Trabalho apresentado à professora Lourdes C., da disciplina de Didática de Ensino Superior, do curso de especialização em Língua Inglesa: Metodologia da Tradução, como requisito para aprovação.
Por: SANDRA MORAIS 
Recife – PE
Abril/2011 

Este trabalho tem o objetivo de trazer ao leitor uma análise da entrevista feita a um professor em formação, mas que já atua como docente. Pretende-se ver aqui como ele trabalha suas dificuldades em sala de aula; e, quanto à formação de um docente, o que ele acha que deve ser feito para atender a realidade nas escolas, tendo em vista a defasagem de mão-de-obra qualificada para assumir esta profissão.
Então, qual a importância de se ensinar a Língua Inglesa? O que ensinar para nossos alunos? Será que só a gramática com suas exaustivas nomenclaturas ajudariam a fazê-los compreender essa importância? Ou, será que não já está na hora de sermos mais ousados e irmos de encontro ao sistema tradicional, quebrando paradigmas, fazendo o aluno pensar e seguir seu caminho na aprendizagem ao invés de barrá-los no raciocínio? Será que nós, como profissionais docentes teríamos condições de transformarmos a realidade atual para um relacionamento com o aluno no objetivo de formá-lo? E, quanto a nossa formação, é suficiente para ajudá-los a se formarem?
Esses são alguns questionamentos que trago como reflexão neste texto, tomando como base a análise da entrevista em anexo e observações de alguns teóricos.
O idioma inglês vem se modificando e se multinacionalizando, ou seja, na maioria dos países podemos encontrar pessoas que utilizam esta língua. Existe uma necessidade de aprender o idioma por uma questão muito notável que é o mercado capitalista globalizado. Para se obter informações rápidas e precisas, dependendo da profissão, é muito útil e prático quando se sabe falar inglês. Em função disso, para se profissionalizar, o aluno precisa passar pelo exame vestibular, daí temos a prova do ENEM, ou seja, o professor tem que preparar o aluno para ser capaz de fazer um exame a fim de conseguir uma vaga na universidade. A preocupação em aprender e ensinar, gira em torno de um exame, e de uma necessidade capitalista, e, em conseqüência disso, outras necessidades são ignoradas.
O professor entrevistado neste presente trabalho deixou claro na sua resposta de número 5, sobre as dificuldades enfrentadas em sala de aula, relatando três: “a falta de interesse dos alunos, a falta de estímulo dos pais e a falta de capacitação da direção da escola.” Na realidade, aluno nenhum vai para escola para aprender gramática, ele não está interessado nisso. Por isso, é preciso enxergar com olhar crítico, a questão de como ensinar e de como aprender. É preciso que o professor avalie sua própria prática além de avaliar seus alunos, assim como também, o professor deve estimular aos alunos a se auto avaliarem. Isso facilitará o envolvimento e o interesse pelo o aprendizado do idioma. Não adianta só saber conceitos, ou saber falar o idioma, mas saber como ensinar é primordial. O uso de textos nos seus mais variados gêneros, é uma forma de aprimorar o idioma e fazer os alunos se interessarem mais pela aprendizagem.
Já a pergunta de número 6, foi sobre como fazer para trabalhar essas dificuldades acima relacionadas, e o professor responde primeiramente que se deve melhorar a didática, além de dialogar com os pais e a direção da escola. Simone Selbach, do livro Língua Estrangeira e Didática, define a didática da Língua Inglesa, como:

um conjunto de relações explícitas ou implícitas entre um aluno ou um grupo de alunos, num meio que envolve instrumentos e/ou objetos e um sistema educativo que tem a finalidade de conseguir que esses alunos se apropriem de um saber constituído ou em vias de constituição. (grifos da autora) (p. 139)

É preciso que haja uma relação entre aluno, recursos e professor para se trabalhar uma boa didática, com o objetivo de fazer do aluno o protagonista, o sujeito da história, e não apenas um mero espectador. Isso pode ser trabalhado através da interdisciplinaridade. Por que não procurar saber sobre o que eles estão estudando nas outras disciplinas, para, a partir daí aplicar um trabalho, ou levar um texto de determinada matéria, ou alguém importante que se está estudando na matéria de história ou literatura? Ou, interligar o que aprendeu na sala a uma outra disciplina? Não há, na verdade, uma fórmula mágica de se ensinar, é preciso que o professor tenha a sensibilidade de aplicar a didática de acordo com a forma que seus alunos conseguem aprender. É preciso que o professor analise seus alunos para conhecê-los melhor. Pois, mesmo trabalhando em várias turmas no ensino fundamental, por exemplo, com todas no mesmo nível, não conseguimos trabalhar da mesma forma, tendo em vista que, suas influências, formas de aprender e visão de mundo, são diferentes. É preciso, primeiramente, conhecer os alunos, para depois elaborar o método de ensino aplicável a eles.
Vilson J. Leffa critica o fato de algumas escolas privadas, ao invés de investirem em profissionais com formação, promovem um treinamento para seus futuros professores com o intuito de ensinar o manuseio do material didático da própria escola para se trabalhar em sala de aula. Ele explica que, treinar é o ato de ensinar técnicas e estratégias mecânicas com resultados imediatos, e é algo tão técnico, ao ponto de, se a escola mudar o livro didático, terá que promover um novo treinamento com os mesmos professores; enquanto que, em contrapartida, formar é a fusão do conhecimento recebido com o experimental, rumo a uma reflexão, porém com resultados em longo prazo. De acordo com a LDB/96 (Leis de Diretrizes e Bases) é preciso que o professor seja, no mínimo, graduado para poder assumir a docência. Mas, infelizmente, até agora, as universidades, não têm sido capazes de formar profissionais com a competência suficiente para suprir as necessidades do mercado no âmbito da educação. Leffa ressalta que há um desequilíbrio entre “oferta e procura” no que tange aos aspectos quantitativos e qualitativos, pois há mais vagas do que profissionais plenamente qualificados.
As estatísticas já neste ano 2011, apontam que “nenhuma universidade da América do Sul configurou entre as 200 melhores universidades do mundo, segundo o ranking denominado "Times Higher Education World Reputation Rankings", elaborado pelo diário The Times.” O Brasil só aparece entre as 500 melhores com seis universidades que são: USP, Unicamp, UFMG, UFRJ, Unesp e UFRGS. A formação do professor de Língua Estrangeira hoje no Brasil deixa a desejar. Cada vez mais cresce a procura por profissionais docentes, enquanto que a oferta de mão-de-obra não é, em sua maioria, qualificada de forma satisfatória, ou, de acordo com as necessidades do mercado. 
            Diante desses dados, que representam uma defasagem na educação brasileira, vemos na formação do profissional docente uma falta de investimento que se repercute no ambiente escolar. Onde aquele aluno está à espera de alguém que compreenda sua filosofia de vida para que se deixe ser ensinado. Segundo a última resposta da entrevista, o professor entrevistado sugere que haja mais palestras explicando como é o campo de trabalho trazendo algo mais prático, que se aproxime mais da realidade, pois isso só acaba acontecendo quando começa o estágio curricular, que, vale a pena ressaltar, só começa, nos períodos finais do curso. Certa vez assisti a uma palestra do Prof Dr Celso Vasconcellos, onde questionava o "porquê" da formação do professor ser tão frágil; ele também criticava a formação docente atual em comparação com a formação de um engenheiro ou de um médico, que passa cinco ou seis anos para se formar, enquanto que um professor passa em torno de três ou três anos e meio. Fazendo essa analogia, Vanconcellos em seu discurso sugeria que a formação fosse em período integral e com estágio curricular remunerado desde o primeiro período, como uma residência pedagógica em comparação com o curso de medicina que tem a residência médica. Essa sugestão é com certeza algo extremamente subversivo com relação à realidade que existe a respeito da formação docente. Concordo com sua ousadia, tenho certeza que assim melhoraria até a valorização da identidade do profissional em questão. E, como ele mesmo falou na palestra: “De que palavras nós temos nos alimentado: “Não adianta”, “Sempre foi assim”, “É o sistema”?” Há várias razões para emergentes mudanças, no que tange à formação do professor e à didática do ensino da Língua Inglesa, é importante se debater mais sobre o assunto e reunir profissionais da área para que se consiga consolidar um pensamento a favor das expectativas acima sugeridas.

REFERÊNCIAS

Acesso em 29/04/11

Acesso em 29/04/2011
http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/formacao.pdf
LEFFA, V. J. Aspectos políticos da formação do professor de línguas
estrangeiras. In: LEFFA, Vilson J. (Org.). O professor de línguas
estrangeiras; construindo a profissão. Pelotas, 2001, v. 1, p. 333-355

SELBACH, Simone. (Sup. Geral) Língua Estrangeira e Didática. Vários autores. Petrópolis: Vozes, 2010.



Anexo
Entrevista feita a um professor de Língua Inglesa

1º Autora:Qual a sua formação?
 Professor: Estou ainda cursando letras.        
2º Autora: A quanto tempo atua como professor de Língua Inglesa?
Professor: A três anos e meio.
3º Autora: Em qual rede de ensino você atua: pública ou privada? 
Professor: Ensino nas duas redes.
4º Autora: O que lhe levou a ser um professor de Inglês?
Professor: Conhecimento amplo da área. Já falava inglês, gostava da língua, filmes, etc.
5º Autora: Quais as  dificuldades enfrentadas em sala de aula?
Professor: A falta de interesse dos alunos e a falta de estímulo dos pais.
Mas a falta de capacitação da direção escolar também é um fator importante.
6º Autora: Como você tenta separar essas dificuldades?
Professor: Melhorando a didática, tentando criar um vínculo maior com os pais e dialogando com a direção da escola.
7º Autora: Que sugestão você apresenta às instituições formadoras para atender às necessidades do mercado atual?
Professor: Eu acho que deveria haver mais palestras nas universidades com professores, explicando como é o campo e trazendo para o aluno (graduando) uma realidade mais próxima da sala de aula. Geralmente o aluno (graduando) só sabe o que é a sala de aula quando se depara com um estágio curricular. Deveria ter mais preparação, pois essa realidade deveria ser trazida para ele com mais antecedência.


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A obra A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO AMBIENTE ESCOLAR foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.

terça-feira, 20 de julho de 2010

COMPREENDENDO A GRAMÁTICA ATRAVÉS DE GÊNEROS TEXTUAIS: UM ESTUDO DE CASO

Resumo



É tarefa primordial de um professor de língua portuguesa trabalhar com os alunos a 
questão do texto como um recurso de compreensão da gramática. Pois, assim como não
entendemos um discurso oral em que a pessoa fala de modo fragmentado, também não
se deve esperar que os educandos interpretem frases isoladas ou textos incompletos.
Existe uma grande importância no uso de diversos gêneros textuais em sala de aula,
com a finalidade de facilitar essa compreensão. Estes gêneros devem ser abordados de
acordo com a realidade do aluno, ou seja, conforme seu ambiente sócio-cultural em que
está inserido. Este trabalho teve como objetivo identificar em quais aspectos de aulas de
português se constroem por meio de gêneros textuais, e se baseou nos seguintes
teóricos: Irandé Antunes, Nelly Coelho, Gláucia Nascimento, Evanildo Bechara, Ângela
Dionísio, João Geraldi, dentre outros.
Palavras-chave: professor, alunos, texto, gramática, gêneros textuais, realidade,
literatura infantil.


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COMPREENDENDO A GRAMÁTICA ATRAVÉS DE GÊNEROS TEXTUAIS: UM ESTUDO DE CASO by CÉLIA NEVES E SANDRA MORAIS is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Quem foi Olavo Bilac?

Olavo Bilac (Rio de Janeiro RJ, 1865-1918) começou os cursos de Medicina, no Rio, e Direito, em São Paulo, mas não chegou a concluir nenhuma das faculdades. Em 1884 seu soneto Nero foi publicado na Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro. Em 1887 iniciou carreira de jornalista literário e, em 1888, teve publicado seu primeiro livro, Poesias. Nos anos seguintes, publicaria crônicas, conferências literárias, discursos, livros infantis e didáticos, entre outros. Republicano e nacionalista, escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano Peixoto. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Em 1907, foi o primeiro a ser eleito “príncipe dos poetas brasileiros”, pela revista Fon-Fon. De 1915 a 1917, fez campanha cívica nacional pelo serviço militar obrigatório e pela instrução primária. Destaca-se em sua obra poética o livro póstumo Tarde (1919). Parte das crônicas que escreveu em mais de 20 anos de jornalismo está reunida em livros, entre os quais Vossa Insolência (1996). Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos. No entanto, para o crítico João Adolfo Hansen, "o mestre do passado, do livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo mestre do presente, do jornal, a cronicar assuntos cotidianos do Rio, prontinho para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro para os morros". http://www.astormentas.com/biografia.aspx?t=autor&id=Olavo+Bilac

LÍNGUA PORTUGUESA

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac

Análise e interpretação parcial do poema:

O poema acima possui 14 versos decassílabos, trata-se de um soneto pois é composto por 2 quartetos e dois tercetos.
O autor parnasiano retoma um tema já mencionado anteriormente por Camões, o histórico da língua portuguesa. O autor se utiliza muito da metáfora, exemplo: "Última flor do lácio, inculta e bela," deve-se ao fato de que a língua portuguesa foi a última língua neolatina formada a partir do latim vulgar – falado pelos soldados do Lácio.