quinta-feira, 10 de setembro de 2009

LÍNGUA PORTUGUESA

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac

Análise e interpretação parcial do poema:

O poema acima possui 14 versos decassílabos, trata-se de um soneto pois é composto por 2 quartetos e dois tercetos.
O autor parnasiano retoma um tema já mencionado anteriormente por Camões, o histórico da língua portuguesa. O autor se utiliza muito da metáfora, exemplo: "Última flor do lácio, inculta e bela," deve-se ao fato de que a língua portuguesa foi a última língua neolatina formada a partir do latim vulgar – falado pelos soldados do Lácio.

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